Experiência de violência | Maria



Quando a Alexandra me convidou para escrever sobre uma antiga situação de trabalho precisei de pensar e de verificar a definição de Assédio moral. Encontrei esta definição na internet: “Assédio moral é uma espécie de violência que consiste em uma série de situações vexatórias de perseguição por atos repetitivos, causando humilhação, constrangimento e ofendendo a dignidade de um trabalhador. Elas visam a diminuir, inferiorizar, isolar e desestabilizar mentalmente o empregado no seu próprio ambiente de trabalho, causando abalos físicos e mentais no indivíduo”. 

Pegando agora nesta definição, fico um pouco confusa até porque como esta situação laboral já foi há tanto tempo e que fiz questão de enterrar este assunto (o meu cérebro arrumou este tema na caixa do lixo) não me lembro de todos os pormenores.

Será que fui vítima de assédio ou estaria eu a caminho de o ser? 

Havia muita pressão, é verdade! Como em qualquer trabalho, certo? O trabalho tinha que ser feito sempre para o dia anterior. Sempre fui muita esforçada no meu trabalho e conseguia gerir as diversas tarefas organizando os meus dias de forma eficiente. Entretanto, havia sempre novos projetos e a carga de trabalho ia aumentando. Entretanto dois colegas saíram da empresa e fiquei com grande parte do trabalho em cima das costas. Tinha o apoio dos meus superiores, eles próprios elogiavam o meu trabalho. Então após reflexão, na altura agendei uma reunião com o meu superior para lhe pedir um aumento que foi negado com a justificação seguinte: a empresa está a passar por algumas dificuldades. Mentira! Mentira e Mentira! Obviamente a minha motivação foi abalada. Trabalhar com tanto rigor esgotando as minhas energias num trabalho que nem era bem o que pretendia na vida para afinal receber um não. Isto ressentiu-se no meu trabalho e na realidade queria fugir… mas fugir para onde? Ir para o trabalho era como levar uma montanha em cima das costas. Senti aquela sensação de sufoco, de desespero, de aflição. Sentia-me doente e, para não ajudar, uns colegas, amiguinhos dos superiores, perturbavam o meu trabalho, fazendo barulho, até chamando-me uma vez de idiota. Pressão ou não? Conspiração? Sei lá e na realidade já nem quero saber! Estava na hora de mudar o rumo da minha vida. No meu caso, as coisas até acabaram bem porque após uma conversa sincera na qual admiti que estava exausta, o meu patrão me apoiou na minha saída. Com o passar do tempo, posso concluir que os medos que me prenderam àquele trabalho não tinham razão de ser. Hoje sinto-me livre! 

Um conselho, haverá sempre situações profissionais complicadas e pessoas mesquinhas e limitadas para nos atentar. Se achar que já não aguenta a pressão, faça tudo para mudar o rumo da sua vida. Não se deixe ficar, abra a porta porque haverá outra porta bem mais bonita à sua espera. 

Sejam felizes! 

Maria


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