Notícias sobre experiências de violência

Terminados os Jogos Olímpicos, a celebração é feita em Portugal pelo melhor desempenho de sempre em termos de quantidade de medalhas. Os números, sempre os números… Eu celebrei logo quando vi esta capa do Diário de Notícias:


A coragem que este título sobre Simone Biles revela é, para mim, evidente. Por isso mesmo, fico um pouco desagradada com a palavra “desistiu”. Desistência denota fraqueza, incapacidade, é negativo. Neste caso, não vejo de todo qualquer tipo de fraqueza, bem pelo contrário: vejo coragem para enfrentar tudo e todos para ser fiel ao que sente, a sua Verdade. Deixou cair máscaras, resistiu a pressões (imagino quantas, num evento destas proporções) e deixou a Saúde falar mais alto. Ainda mais corajosa foi por falar de uma parte da saúde que muitos decidem esconder: a mental. 

Há dias, numa formação sobre animais, falou-se de  um estudo que provava que os animais, como ratinhos, são seres sencientes. A experiência consistia no seguinte: um rato fêmea que tinha acabado de ter filhotes viu-se separada deles. Para os alcançar teria que passar por uma rede que lhe daria pequenos choques eléctricos. A mãe ratinho preferia passar pela dor física para ir ter com os seus filhotes do que suportar a dor psicológica de estar longe deles. Os choques doíam-lhe no corpo, mas a dor interna era bem maior! 

Acrescente-se ainda que é sabido que dores internas mal resolvidas podem ganhar realmente manifestação física. Portanto, minimizar um problema mental é permitir que outras questões mais sérias surjam em si e, por extensão, nos outros, nesta ligação em comunidade em que cada peça importa e convém que ela esteja equilibrada. 

A violência laboral é a falha total deste olhar do todo, do bem comum, deste conceito de interligação e de causa/efeito entre todas as coisas. As peças começam a falhar, prejudicando gravemente as estruturas laborais, sociais e familiares. Está na hora de olhar para este tipo de violência com rigor, discussão e criação de respostas atempadas e justas. Está na hora de desistir de olhar para o lado e fingir que não se passa nada, não acham? Coragem!


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